Foto: divulgação
De um lado, o secretário (e deputado) Beto Fantinel e o vice-governador Gabriel Souza, próceres notáveis do MDB local e estadual. De outro, o vice-prefeito Rodrigo Decimo (União Brasil) e o prefeito Jorge Pozzobom (PSDB). De costas, observando, o presidente da Assembleia Legislativa, o emedebista Vilmar Zanchin. A cena retratada na foto que ilustra esta nota foi feita perto das 9 da manhã de dois sábados atrás, num hotel da cidade – onde Souza e Zanchin estavam hospedados.
Para interpretá-la é necessário que se vá além da imagem de alegria evidente entre os integrantes do grupo. O atraso no café da manhã fez com que Fantinel e Souza se encontrassem com Decimo e Pozzobom dentro do hotel, algo que fariam naturalmente, pois havia compromisso já assumido para todos em Dilermando de Aguiar, na BR-158. Independente disso, é comum a cortesia entre adversários que não são inimigos.
O busílis, na verdade, está no fato de dois dos integrantes do grupo serem, embora não assumam oficialmente, pré-candidatos a prefeito. O que levaria alguns a interpretar, apenas pela foto alegre, a possibilidade de algo além da mera gentileza.
Pois, acredite: para quem aposta na eventual adesão do MDB à tentativa de reeleição do projeto governista de poder, essa foto é o menor dos indícios. Sim, é comum esse tipo de encontro, entre todos os partidos. Embora, como havia uma testemunha “indesejada”, é possível que qualquer tentativa de avanço na conversa, para além dos não-me-toques, fosse abortada.
Agora, isso significa não haver papo? Obviamente que a chance existe. E mais: não é improvável que naquele mesmo dia algum tipo de arrulho político tenha se verificado. Chances houve. Duas, pelo menos.
A própria visita conjunta ao compromisso oficial do vice-governador (aliás, registre-se, aliado do PSDB, titular do Palácio Piratini) é uma. A outra foi o comparecimento da dupla Pozzobom/Decimo ao encontro regional do MDB, acontecida noutro hotel da comuna.
Resumo da ópera: salamaleques à parte, conversas aqui e acolá, sinais verificados alhures, e outros tantos indicativos, apostar a priori num acordo PSDB/MDB ou governo (e seus partidos) seria talvez uma impropriedade. Mas isso hoje. Amanhã, quem sabe...